quarta-feira, 18 de agosto de 2010

coimbra!


oito horas e alguns minutos de vôo, duas refeições razoáveis, 3 filmes sem os quais eu poderia viver e nem uma hora de sono, e eis que... estamos em uma fila gigante para imigração!

já estive em portugal há dois anos atrás, como disse anteriormente aqui, e não tive que me postar atrás de tantos candidatos à entrada no país na vez anterior. mas era uma fila até rápida (passei uns 40 minutos nela e juro que não acho de todo ruim), com pessoas de todos os tipos.

eu tenho um medo enorme de entrevistas de imigração. por mais que tenha em mãos todos os documentos que comprovem que não estou entrando no país alheio para praticar atividades ilegais, sempre vi e ouvi tantas histórias de pessoas como eu deportadas no fantástico, que avisto o guichê pelo qual terei de passar e já começo a suar frio. também não ajuda muito se algumas pessoas na sua frente começam a ser encaminhadas para as temidas salas especiais para quem não convence sobre as suas intenções de imigração.

mas, dessa vez, correu tudo mais que bem! um rapaz com um sorriso largo, que ao ouvir de mim que estava indo para coimbra fazer intercâmbio, respondeu com um “pois faz muito bem!”, e começou um papo sobre as atrações da cidade. sequer olhou para a cara da minha mãe, bastou que eu dissesse que ela me acompanharia nos primeiros dias, que o carimbo de entrada foi concedido no ato.
como as coisas não podem dar certo por inteiro, mamãe e eu esquecemos uma das malas na esteira, e passamos um mini sufoco para recuperá-la.

do aeroporto direto para a rodoviária. rodoviária MESMO. muito parecida com a de são joão del rei, pra quem já esteve lá. um pouco pior, talvez. mas foi a conta de tomarmos um lanche (chips com pepsi, porque nada preparado no local parecia muito confiável...) e apanharmos o “autocarro” para coimbra. posso dizer pouco da viagem que durou cerca de três horas, pois foi o primeiro momento desde o embarque em belo horizonte que consegui descansar bem.

chegando a outra rodoviária legítima, a primeira visão da minha nova cidade. e que visão! ao largo do rio mondego, duas épocas a conviverem harmoniosamente: em alguns pontos, as construções antigas da baixa se amontoando até o ponto mais alto, onde fica o principal pólo da universidade; em outros, as construções mais modernas e bem acabadas, pra não fazer feio diante de nenhuma cidade grande!

aliás, coimbra é uma cidade grande! desde segunda, tenho descoberto várias regiões extensas e diferentes entre si, e cheguei hoje até a indagar à minha mãe se a cidade não é maior que belo horizonte, ao que ela respondeu que não – mas eu ainda tenho cá minhas dúvidas!*

na parte baixa, tudo parece ter mais de 800 anos. construções lindas e cheias de histórias, muitas delas guardando a origem desse país. e, em meio a toda a história, está ela, no alto. a mais imponente, estendendo-se por várias ruas em prédios, museus, laboratórios, cantinas, bibliotecas. a universidade de coimbra é monstruosamente grande. sério! todo curso aqui lecionado merece muitos metros quadrados de atenção. nesta região de que falo é chamada de pólo I, e abriga cursos da área de saúde, das ciências exatas e biológicas (que eles chamam apenas de “ciências”), e ciências humanas. ainda há um pólo para os cursos de engenharia, e outro para os cursos das ciências econômicas, ambos localizados em regiões mais novas.

estudar aqui exige muita força de vontade e preparo físico. quando se pergunta a algum morador daqui como chegar à universidade, a resposta é sempre “vai subindo, sempre subindo”. e não é exagero. à procura de lugar para morar (pretendo escrever mais sobre essa saga quando ela finalmente estiver terminada), subi as ladeiras que levam à universidade pelo menos cinco vezes e hoje passei o dia com aquela dor de quem acabou de iniciar as atividades de musculação.

mas tudo vale a pena, e até o esforço físico exagerado para se locomover é curtido! tenho ao meu lado uma das melhores companhias (a outra seria papai, que faz falta o tempo todo!), e quase sempre estamos a rir das mais diversas situações – nos outros momentos, discutimos e nos estressamos por coisas geralmente banais.

a comida daqui é muito gostosa, coisa que não havia achado quando estive em lisboa! no primeiro dia, comemos um prato chamado “arroz de tamboril com gambas”, que é um arroz com consistência entre a canja e o risoto, com alguns pedaços de peixe, e camarões. ó ele aí:

peguei a foto na internet, mas o meu prato era bem parecido com este!

as pessoas também são muito simpáticas e solícitas. contrariando o estereótipo europeu, todos parecem estar sempre prontos para um bom papo, ou dispostos a te ajudar no que puderem.

no momento, a vida ainda ta um pouco difícil, porque achar um quarto nas condições que desejo parece quase impossível. tenho acordado cedo e voltado só ao fim da tarde (do que seria a nossa tarde, porque aqui agora são 7:38h e ainda está claríssimo).

mas já tenho a certeza de que tudo aqui será aproveitado ao máximo, e que será um prazer imenso morar em coimbra! :)

*acabei de olhar na Wikipédia: belo horizonte é pouca coisa maior que coimbra! ;D

Um comentário:

  1. Quero ir pra coimbra bater perna com vc, estudar com vc, comer canja de camarão com vc e tudo mais!! Bjooooooooooooooooooooooooop

    ResponderExcluir